Quando começei a descobrir o parkour, varias coisas me surpreenderam.
No nosso primeiro contato, visto de fora do mundo parkour, coisas que não achavamos que fossem nos chamar a atenção.
Eu vi as construções se tornarem picos;
Eu começei a frequentar praças;
As quinas, os corrimões, os estádios, as paredes, as escolas. Tudo tomava agora um novo rumo, minha mente criava uma nova visão, uma adaptação do que meu corpo poderia agora, alcançar.
O que eu ainda acho lindo, é como minha mente se adapta as situações que meu corpo promove, que os lugares promovem, e como, acima de tudo, o parkour, pra mim, é nostalgico. Desenvolver novamente aquela criança que existia dentro de nós, buscar a fundo a vontade imensa de evoluir, aquilo que nos mantém vivos, a mesma sede de evolução e ao mesmo tempo, na mesma reprocidade, diversão, por estar se redescobrindo e redesenhando seus proprios horizontes, me lembra muito a vontade de andar, de correr, de brincar, de pular, e ver quem sobe aquela arvore tããããoo alta. O parkour é a re-origem. A reconstrução do ser humano, de suas bases. E isso é, sempre foi, o que mais me encantou.
Hoje, no treino, isso se tornou ainda mais presente, e mais visivel, até para as pessoas que estavam comigo.
Quando nasci, passei os primeiros degraus de minha vida numa casa em um bairro muito afastado do atual, de onde eu possuo muito poucas lembranças.
Uma das raras a qual guardei, era de um parquinho de diversões, comum, mesmo, em frente minha casa. Lugar onde eu passava enorme parte do meu dia, lugar onde essa evolução, essa diversão era constante. Talvez o lugar onde eu mais tenha me divertido, aquela epoca. Era onde eu me sentia bem.
Depois de anos, semana passada eu passei novamente por aquele lugar. O sentimento, a sensação de rever a minha infancia estampada ali, foi no minimo, indescritivel.
O parque estava todo abandonado, seus brinquedos quebrados, os balanços destruidos, a areia já não existia mais, apenas uma camada de terra firme, arida. sósobraram os restos dos brinquedos que, um dia eu usei. Mas apesar da emoção de ver todas as memorias espalhadas ao chão, vi ali, naquele parquinho abandonado, um lugar onde eu poderia voltar a brincar. Da minha nova forma, agora. Um lugar onde eu não atrapalharia ninguem, um lugar onde eu poderia me movimentar apenas com os restos dos lugares onde eu me movimentava antes. Agora de outra forma. Me adaptar aquilo.
Marquei o treino para esse domingo e aguardei com anciedade esse dia. Estar lá outra vez, me divertindo, me redescobrindo, me fez um bem que eu nunca imaginaria sentir. Arrisco que foi mais que magico... Foi divino !
Eu sempre digo que o parkour é algo natural do humano, que a maioria das pessoas esqueceu. Hoje eu comprovei melhor do que nunca, isso tudo.
Ao mesmo tempo que está dentro de nós, está no ar, na terra, e nos simples parques abandonados.
Renove-os;
Renove-se !
2 comentários:
É a questão de evolução em tudo. Inclusive na visão do ambiente, credo seu texto foi nostalgico!
Caralho que lindo! Imagino pra vc como deve ter sido importante revisitar esse lugar! Caramba... lembra quando me dizia: "mas duddu, não tem como se treinar aqui..." HUHUAHUAHUAHUAHUAHU
Pois é... viu que agora vc encontrou seu jeito? Parkour é lindo! Você só precisava de tempo pra amadurecer...
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